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Ônibus nudista percorre as ruas de SP; prefeitura vai cobrar explicações
Evento "Nu Busão" reuniu 60 participantes nus, celebrando liberdade, consentimento e diversidade pelas ruas da cidade
Por Alessan Silva
04 de Setembro de 2025 às 13:40
Um ônibus comum nas ruas de São Paulo se transformou em palco de uma experiência inédita: os 60 passageiros estavam nus, em plena noite de sábado (23/8). O coletivo partiu de Moema às 23h, cruzou o Pacaembu, subiu a Avenida Paulista e voltou pela Ibirapuera em três horas de percurso.
O evento se tratava do Nu Busão, festa de pegação organizada pelo Spicy Club, conhecida casa de swing da cidade. A diversidade dominava o ambiente. Casados, solteiros, jovens, idosos, héteros, bissexuais, cis e trans se misturavam sem distinção.
A filosofia do Spicy Club — liberdade plena e inclusão — se refletia na celebração. Diferentemente de outros espaços, o clube abre portas a LGBTs e homens desacompanhados, abraçando tendências e fetiches variados.
Além do ônibus nudista, a casa organiza noites de ménage, BDSM — práticas que envolvem poder, controle e restrição — e exibicionismo, atraindo gays, lésbicas e criadores de conteúdo. A diversidade de eventos torna difícil não encontrar um nicho para cada desejo.
Segundo o idealizador do projeto, Beto do Casal Nudista, como é conhecido do meio, a ideia do ônibus partiu da proposta liberal com a mulher, Dri, e acatada pelo CEO da Spicy Club, Fábio Leandro. “Para nossa alegria, ele achou a ideia simplesmente fantástica, um modelo de evento inédito que combinava perfeitamente com a ousadia da casa. O apoio foi total e imediato”, conta ao Correio.
A entrada no ônibus custava R$ 130 para mulheres sozinhas, R$ 250 para homens desacompanhados e R$ 280 para casais. Por fora, o ônibus parecia discreto: vidros escuros e motorista calmo, dirigindo a 20 km/h. Por dentro, luzes neon iluminavam os bancos de couro e a música abafava qualquer som.
Colocar Nu Busão em movimento pelas ruas da capital paulista exigiu planejamento detalhado e cuidado com segurança, privacidade e legalidade. Beto destaca que o coletivo enfrentou desafios jurídicos e logísticos, como garantir um ônibus com visibilidade apenas de dentro para fora e organizar o embarque discreto por meio de um túnel conectado à Spicy Club, onde os pertences dos convidados eram armazenados com segurança.
Em atmosfera de respeito e consentimento, Beto explica que a nudez funciona como forma de expressão e liberdade, não como um fim em si mesma. “Todos são muito bem-vindos e a nossa filosofia é celebrar a liberdade da nudez sem qualquer tipo de preconceito”, declara.
O clima do evento, conforme o idealizador, foi de balada interativa e lúdica. O movimento do ônibus, que poderia ser incômodo, acabou se tornando um elemento divertido, gerando momentos espontâneos de riso e prazer.