Luz branca em semáforos promete otimizar o trânsito e guiar motoristas em cruzamentos, segundo pesquisa inovadora
Por Alessan Silva
04 de Setembro de 2025 às 13:27
As cores tradicionais dos semáforos – verde, vermelho e amarelo – representam uma linguagem universal de comunicação nas vias urbanas. Contudo, a introdução de veículos autônomos promete transformar esse sistema de sinalização com a adição de uma nova lâmpada branca, conforme sugerido por pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte.
A proposta visa implementar uma quarta luz que indicaria a presença de veículos autônomos conectados (CAVs) em cruzamentos, coordenando o fluxo de tráfego. Em um cenário futurista onde os automóveis autônomos predominam, a instrução para motoristas humanos seria simplificada: “Siga o veículo à frente, pois o sistema está gerenciando a travessia”.
A ideia A origem dessa ideia está na tecnologia V2X (vehicle-to-everything), que possibilita a comunicação entre veículos conectados, permitindo uma gestão eficiente do tráfego. Já aplicada em alguns modelos da Volkswagen em mercados internacionais, essa tecnologia garante que informações sobre possíveis colisões sejam transmitidas rapidamente entre os veículos.
Além disso, mesmo se um carro não estiver na mesma via, ele pode receber alertas se seu GPS incluir essa informação em sua rota. Com essa interconexão entre as máquinas, surge a necessidade de um meio para traduzir essas mensagens aos motoristas humanos, papel que poderia ser desempenhado pela luz branca no semáforo.
De acordo com a proposta dos pesquisadores norte-americanos, a luz branca acenderia apenas quando um número suficiente de CAVs estivesse se aproximando do cruzamento para formar um “pelotão”. Esses veículos trocariam dados entre si e com o sistema que controla o semáforo para otimizar a passagem do tráfego, minimizando as paradas desnecessárias.
Se a proporção de veículos autônomos for baixa, o semáforo operaria normalmente com o ciclo vermelho-amarelo-verde. No entanto, quando os CAVs dominassem a cena, a luz branca funcionaria como um guia para os motoristas.
Os cientistas ressaltam que a cor não é o aspecto mais crítico da proposta. Montadoras como a Mercedes-Benz já utilizam outras cores, como azul-turquesa, para indicar condução autônoma em seus veículos nos Estados Unidos e na Alemanha.
Simulações Simulações computacionais realizadas pelos pesquisadores indicaram uma redução média de 3% no tempo de espera nos semáforos quando 10% dos veículos eram autônomos. Quando esse número alcançava 30%, observou-se uma economia de tempo de até um terço, contribuindo também para a redução no consumo de combustível.
Segundo o UOL, ao incluir pedestres nas simulações, os autores estimaram que a fase branca poderia reduzir o tempo de viagem em até 55%. Vale ressaltar que esses resultados são baseados em simulações virtuais e ainda não existem modelos físicos completos.
Contudo, críticos apontam que para essa inovação ter eficácia real, seria necessário um volume significativo de veículos autônomos nas ruas – um cenário ainda distante da realidade atual. Por outro lado, defensores da luz branca acreditam na urgência de modernizar a infraestrutura viária à medida que carros autônomos se tornam comuns em lugares como Califórnia e China, vislumbrando um futuro onde motoristas humanos serão cada vez mais raros.