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Imagem: Getty Images

“Personal friend”: amizade de aluguel chega ao DF

A ideia é oferecer amizade e acolhimento em momentos simples da vida, como ir ao cinema, dançar forró ou apenas caminhar no parque

Por Alessan Silva
01 de Outubro de 2025 às 12:36

Tomar um café, caminhar no parque, ir a um show ou simplesmente conversar por algumas horas. Atividades simples que, para muitos, têm se tornado um desafio quando não há companhia. No Distrito Federal, uma iniciativa tem ganhado espaço por atender quem vive momentos de solidão: personal friend. A ideia consiste em contratar alguém por determinado período de tempo para curtir um programa diferente e conhecer pessoas novas para criar laços de amizade.

A iniciativa se assemelha ainda a funcionalidades de aplicativos de encontros. Em alguns deles é possível sinalizar o interesse somente em relações de amizade, sem o aspecto romântico ou sexual típico desses apps. A diferença, é que nesse caso, a companhia é paga.

Segundo a psicóloga Adriana Schiavone, a presença de alguém com quem se pode trocar experiências tem um papel fundamental no bem-estar emocional. “Na psicologia, compreendemos que o sujeito só se constitui a partir da relação com o outro. As amizades representam esse espaço de escuta, reconhecimento e suporte psíquico diante das angústias da vida”, explica. Para ela, iniciativas como essa surgem justamente em resposta à solidão, que tem se tornado um dos grandes desafios do mundo contemporâneo.

Como surgiu o “aluguel de amizade” no DF
A proposta nasceu da vivência de Cleise Ferreira, cuidadora e empreendedora que há anos atua com atenção a idosos na capital federal. “Acompanhava pessoas que estavam doentes fisicamente, mas, muitas vezes, o que mais doía era a solidão. Vi isso nas famílias, entre pessoas jovens e até quem cuida dos outros”, conta.

Inspirada por modelos similares que viu em países como Japão e Portugal, Cleise decidiu adaptar o conceito à realidade local. “Aqui o foco não é tratar ninguém clinicamente. É uma companhia para sair, conversar, estar presente. Algo humano, natural. A ideia é simples: dar um pouco do tempo, com empatia e respeito, e claro, dentro de um modelo acessível e profissional”, afirma.

Companhias reais, momentos simples
O serviço oferece acompanhamentos em diversas situações: idas ao cinema, caminhadas, consultas médicas, aniversários ou eventos. Tudo é feito com agendamento prévio, após uma chamada de vídeo gratuita e cadastro com documentos.

Mais que amizade momentânea, acolhimento
Para Eduardo (nome fictício), servidor público e cliente do serviço, a experiência foi além do que esperava. “Sou de São Paulo e senti dificuldade para fazer novas amizades aqui. Vi o panfleto e resolvi testar. Queria ir ao Pontão, conhecer alguns lugares, mas não tinha coragem de ir sozinho. Foi a chance de me destravar.”

De acordo com ele, o serviço mudou até mesmo a forma como se relaciona no ambiente de trabalho. “Me senti mais à vontade para conversar com colegas, compartilhar experiências. Antes, eu só ouvia falar dos lugares. Agora tenho o que contar. Isso muda a forma como a gente se sente numa cidade nova.”

Entre o preconceito e o propósito
Apesar da proposta humanizada, Cleise já enfrentou mal-entendidos. “Algumas pessoas confundem o serviço, mas a postura de quem atende é essencial para mostrar o real propósito. Não é acompanhante no sentido pejorativo, nem terapia. É companhia e amizade com empatia”, esclarece.

Ela destaca que há um processo criterioso de seleção e verificação, tanto para quem atende quando para quem contrata. “Verificamos documentos e antecedentes, e estamos criando um protocolo jurídico para garantir segurança para todos.”

Impacto psicológico
Para a psicóloga Adriana Schiavone, pagar por uma relação que simula amizade pode gerar sentimentos ambíguos. “Se por um lado responde ao desejo imediato de companhia, por outro, pode provocar um conflito psíquico. A pessoa pode questionar se o vínculo é real ou apenas uma transação econômica, o que impacta diretamente na autoestima e no sentimento de valor pessoal”, explica. No entanto, ela pondera que, em certos contextos, essa experiência pode sim aliviar o sofrimento da solidão, dependendo de como é vivenciada por cada indivíduo.

Valores
A cobrança é por hora — de R$ 50 a R$ 60 na primeira hora, e entre R$ 25 a R$ 30 nas seguintes. Quando o evento exige ingresso, a divisão dos custos é combinada. “É tudo muito bem alinhado, com clareza. A segurança e o respeito são prioridade”, reforça Cleise.

Um novo jeito de cuidar
Com o aumento da procura, inclusive de outros estados, Cleise vê o projeto como uma resposta à pressa do mundo atual e à carência de vínculos humanos. “Às vezes, uma simples conversa de cinco minutos pode mudar o rumo do dia — ou da vida — de alguém. Não é sobre dinheiro. É sobre cuidado com o outro.”

Mais do que julgar quem recorre ao serviço, Adriana defende um olhar empático. “A dificuldade em criar laços não deve ser reduzida a um rótulo, como ser antissocial ou ‘chato’. Muitas vezes, isso está ligado à história de vida, experiências de rejeição ou mesmo a questões sociais e culturais. O importante é reconhecer o sofrimento e não minimizar essa busca por conexão”, afirma.

Em tempos de conexões digitais e distanciamentos reais, o que parecia impensável “pagar amizade” se transforma em um gesto legítimo de acolhimento. E em Brasília, cidade de silêncios largos e vínculos tímidos, a presença de um personal friend pode ser mais do que um serviço: pode ser um reencontro com o essencial.

Fonte: Metropoles

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