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Imagem: Reprodução/Instagram
Warner Bros. rejeita oferta bilionária da Paramount e reforça acordo com Netflix
O conselho da Warner classifica a proposta da família Ellison como "ilusória" e sem garantias reais, preferindo a fusão com a Netflix
Por Alessan Silva
18 de Dezembro de 2025 às 06:46
Mais uma reviravolta envolvendo a venda da Warner Bros. surpreendeu o mercado do entretenimento nesta quarta-feira (17/12). O conselho de administração do estúdio rejeitou formalmente a proposta de compra feita pela Paramount Skydance, liderada por David Ellison, no valor de US$ 108 bilhões (aproximadamente R$ 595 bilhões).
Segundo informações da revista Variety, essa decisão reforça o acordo já firmado com a Netflix, que continua sendo vista como a melhor opção para o futuro da marca na visão dos executivos. A oferta da Paramount, que chegava a US$ 30 (cerca de R$ 165) por ação, foi classificada pela WBD como “inferior” e “ilusória”.
Para os diretores da Warner, a proposta não oferece garantias financeiras sólidas e apresenta riscos que podem desestabilizar a indústria cinematográfica. Por outro lado, o plano aprovado prevê que a Netflix adquira os estúdios, a HBO e a plataforma HBO Max por US$ 27,75 (aproximadamente R$ 153) por ação.
Embora o valor nominal seja menor que o da Paramount, a empresa argumenta que a estrutura do negócio é muito mais segura. O cronograma estabelece que a venda ocorra após a separação da Discovery Global, que engloba os canais de TV, prevista para o terceiro trimestre de 2026.
Segundo o conselho, o pacote “Netflix + Discovery Global” entregará um valor real superior aos acionistas em comparação com a promessa em dinheiro da família Ellison. A recusa da Warner Bros. foi acompanhada de duras críticas à transparência da Paramount Skydance.
Falta de garantia O estúdio alega que David Ellison, da Paramount, enganou os acionistas ao afirmar que a oferta contava com o apoio total da fortuna de seu pai, Larry Ellison, fundador da Oracle. Em vez de um compromisso firme, o financiamento estaria atrelado a um “fundo revogável” opaco, cujos ativos podem ser alterados a qualquer momento.
A meta da Paramount de economizar US$ 9 bilhões com a fusão foi vista com receio, já que cortes dessa magnitude “tornariam Hollywood mais fraca, e não mais forte”. A Warner ainda destacou que a proposta não é um contrato vinculativo, podendo ser alterada ou cancelada unilateralmente antes da conclusão.
A disputa também ganhou contornos geopolíticos, pois a oferta do executivo contava com investimentos de fundos soberanos da Arábia Saudita e do Catar, o que levantou alertas de segurança nacional nos Estados Unidos. Mesmo após a retirada desses investidores, os executivos mantiveram cautela.
O presidente Donald Trump, que tem proximidade com a família Ellison, entrou na discussão ao indicar que o governo acompanhará de perto a revisão do negócio. Recentemente, o líder norte-americano chegou a criticar nas redes sociais o tratamento que recebeu da CBS, propriedade da Paramount, levantando dúvidas sobre sua “amizade” com o conglomerado.
O CEO da Netflix, Ted Sarandos, comemorou a decisão, afirmando que a união com a Warner será “pró-consumidor, pró-inovação e pró-criador”.