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Cientistas trazem de volta espécie de lobo extinta há 10 mil anos. Entenda!
O feito foi realizado pela startup americana Colossal Biosciences, especializada em desextinção, e representa um marco na biotecnologia moderna
Por Alessan Silva
09 de Abril de 2025 às 12:38
Um evento que até pouco tempo atrás pertencia ao reino da ficção científica agora é realidade. Pela primeira vez, a humanidade testemunha o retorno de uma espécie extinta à vida. Em 1º de outubro de 2024, nasceram Remus, Romulus e, mais tarde, Khaleesi, três filhotes de lobo terrível (dire wolf), um predador que desapareceu há mais de 10 mil anos. A façanha, que marca um divisor de águas na ciência moderna, foi possível graças ao trabalho da startup americana Colossal Biosciences.
Esses animais, que outrora vagavam pelas vastas paisagens da América do Norte e do Sul, agora voltam a caminhar — literalmente — sobre o planeta. O feito foi realizado pela startup americana Colossal Biosciences, especializada em desextinção, e representa um marco na biotecnologia moderna.
Fósseis da espécie já foram desenterrados em territórios que vão da Venezuela ao Canadá, revelando um predador robusto e eficaz, que podia alcançar os 80 quilos. Ainda que menores que os lobos-cinzentos em tamanho, os lobos terríveis caçavam em grupos e enfrentavam presas formidáveis, como os bisões da era do gelo e até mastodontes.
Ficaram populares na cultura pop por aparecerem como os mascotes da família Stark na série Game of Thrones, da HBO, e também em canções como “Dire Wolf”, da banda Grateful Dead.
Por trás do retorno está uma combinação de paleogenômica e biotecnologia de ponta. Pesquisadores reconstruíram o código genético da espécie a partir de fragmentos de DNA recuperados de fósseis com até 72 mil anos. O renascimento desses animais só foi possível graças à reconstrução completa do genoma do lobo terrível, feita com DNA antigo extraído de fósseis com até 72 mil anos.
Para transformar essa informação genética em vida, os cientistas recorreram ao CRISPR — ferramenta revolucionária de edição de genes. Usando técnicas avançadas de edição genética via CRISPR, os cientistas conseguiram reintroduzir a espécie, nascida com seis meses de diferença entre os irmãos Rômulo e Remo e a fêmea Khaleesi — nome inspirado na personagem da série da HBO.
A Colossal, responsável pelo projeto, celebra o nascimento dos filhotes como um avanço que vai além da ciência — com implicações futuras na preservação de ecossistemas e na luta contra a extinção em massa. “Desde o início, nossa missão foi clara: revolucionar a história e ser a primeira empresa a usar a tecnologia CRISPR com sucesso na desextinção de espécies perdidas”, declarou a companhia nesta segunda-feira (7/4).